domingo, 3 de maio de 2009

Em casa

Passei um feriado de paz (ou quase, já que meu intestino resolveu se irritar!) em Divinolândia, ao lado de minha família. Essa história de maternidade já começa a mudar um pouco essas relações. E me volto ao passado, cheia de nostalgia! Porque tivemos uma infância de mel, eu e meus irmãos. Lembro de meu pai brincando de esconde-esconde em casa, a noite, provavelmente depois de um dia cansativo de trabalho, ainda de branco! Quando o vejo hoje dando gargalhadas com o João, meu único sobrinho, no colo, entento tanto do que sou e de como fomos amados. Lembro da minha mãe, tão atenciosa, corrigindo as lições de caligrafia. Acho que ela sofria mas que eu ao apagar todas as minhas linhas displicentes. Valeu cada minuto, não é, mãe? Por que será que demora tanto para a gente começar a perceber essas coisas? Precisa que a vida nos traga o desejo de sermos pais? Precisa do sofrimento por as coisas não serem tão simples, como gostaríamos? Espero que não, mas não sei...
Então me lembro das férias no sítio do meu avô. Nossos primos, amigos e a Elisa, zelosa guardiã! Percebo que o mundo pode ser bem simples para fazer crianças felizes. E como nos divertíamos! Subir na mangueira, comer bolinho de chuva, nadar na piscina gelada de agua corrente, desvendar a natureza nos sentindo Jacques Cousteau. Preparar o showzinho para a família, depois, já maiores, os bailinhos no terraço e a dança da vassoura!!! E quanto o tempo cismava em piorar, e a chuva nos trancava em casa, fazíamos aquela simpatia com sal, desenhando um sol no chão de terra, e claro, depois de um tempo, o sol voltava a brilhar. Não precisavamos de televisão, video-game, nem nada. A natureza era nosso quintal. Em um certo janeiro, lembro de voltar de férias e descobrir que havia uma guerra acontecendo (a guerra do Golfo) e me dar conta de como ficávamos isolados do mundo e blindados de sofrimento, apenas sendo crianças!
Minha irmã caçula epera um bebê, a Isabela. Esta com 22 semanas, e tudo aconteceu da forma mais simples possível, como teria sido para mim se minha primeira gravidez tivesse seguido em frente. Eu sabia que iria acontecer, pois logo que se casou, em maio passado, deixou claro que não esperaria muito. Eles anunciaram a gravidez na noite de natal. Eu estava ainda tão machucada... E é um tanto duro lembrar que não consegui ficar feliz por ela. Mas hoje, o que mais desejo, é que meus filhos tenham muitos primos e que passem todas as férias de janeiro em Divinolândia, no sítio, alegrando por muitos anos a vida de meus pais.

Um comentário:

*Elizabeth* disse...

Obrigado amiga pela torcida, tambem estou torcendo por vc viu...
bjosss Dra.